Prefeitura envia projeto para atualização da Planta Genérica, defasada desde 1997

A Prefeitura de Taubaté enviou à Câmara o projeto de lei que propõe a atualização da Planta Genérica de Valores, defasada desde 1997 no município. A nova proposta busca adequar Taubaté às recomendações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que apontou a necessidade de revisão periódica da planta, conforme previsto no Código Tributário Municipal e na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Prefeitura envia projeto para atualização da Planta Genérica, defasada desde 1997

A Prefeitura de Taubaté enviou à Câmara o projeto de lei que propõe a atualização da Planta Genérica de Valores, defasada desde 1997 no município.

A nova proposta busca adequar Taubaté às recomendações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que apontou a necessidade de revisão periódica da planta, conforme previsto no Código Tributário Municipal e na Lei de Responsabilidade Fiscal.

O documento define o valor venal dos imóveis no município e serve de base para o cálculo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), estimando uma revisão de forma gradual e escalonada, sem mudança na alíquota. Se aprovada, a correção será aplicada em etapas anuais, com limite de até 20% por imóvel.

A proposta visa também corrigir injustiças fiscais. Por exemplo:
- 9.934 imóveis terão redução de mais de 10%;
- 4.450 imóveis terão redução de até 10%
- 679 imóveis não terão alteração;

O valor médio de revisão será de 99%, que, aplicado gradualmente, em alguns casos só chegará a esse percentual em mais de 30 anos.

Em relação ao IPTU, terão isenção:
- Imóveis residenciais populares ou rústicos, com renda mensal de até dois salários mínimos;
- Pessoas com deficiência que sejam proprietárias de um único imóvel, no qual residem ou proprietário que não tem deficiência, mas coabita com pessoa com deficiência da mesma família;
- Viúvas, separadas, divorciadas e solteiras maiores de 50 anos, proprietárias, titulares de domínio útil ou possuidoras de imóvel usado como residência própria;
- Ex-combatentes da Segunda Guerra e Revolução de 1932, integrantes da Força de Paz da ONU, e suas viúvas;
- Imóveis tombados pela União, Estado ou município;
- Imóveis cedidos gratuitamente ao poder público.

REDUTORES

Buscando mais equilíbrio, para chegar nos valores totais a Prefeitura aplicou um redutor de 25% nos valores por m² em toda a cidade. Além disso, também foi aplicada uma correção no valor de m² de mais 5% nas Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social), áreas indicadas com maior vulnerabilidade, e foram adequados valores de m² de condomínios de luxo, zerando o redutor com base na validação dos valores.

As medidas tiveram base nas diretrizes da Portaria nº 511 do Ministério das Cidades, que prevê a adoção de redutores em áreas de menor renda e infraestrutura; além do artigo 145 da Constituição, que cita que capacidade econômica de cada contribuinte, e do artigo 150, sobre legalidade tributária.

METODOLOGIA

Por conta da defasagem de quase 30 anos na Planta, os valores venais atualmente utilizados estão muito abaixo da realidade de mercado. Os novos valores foram definidos com base na metodologia utilizada em um estudo técnico de 2021, considerando dados de mercado e a Norma ABNT NBR 14.653, que estabelece o método comparativo de dados diretos de mercado para avaliações em massa, e foi validada pelas Secretarias de Planejamento e de Fazenda neste exercício.

EQUILÍBRIO E TRANSPARÊNCIA

A atualização da Planta Genérica é uma medida essencial para corrigir distorções históricas, tornar a cobrança mais justa e transparente e adequar o valor venal dos imóveis à realidade urbana. O processo também é fundamental para o planejamento da cidade, permitindo que investimentos e políticas públicas sejam pautados em informações atualizadas e consistentes. Visando reforçar o processo de transparência, haverá na Câmara, no próximo dia 14, audiência pública para debater o tema.

Em um momento de desafios financeiros, a medida contribui para fortalecer a arrecadação municipal, garantindo recursos para manter e ampliar os serviços públicos e investir em áreas prioritárias como saúde, educação, segurança, infraestrutura e assistência social.

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